quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dois dedos de vodka - PARTE II

Lá estava ela...nos braços de Morfeu, com os olhos cerrados, mas não completamente...daquele jeito que parece até que está fingindo que está dormindo só pra me deixar contemplá-la um pouco mais...
E eu adoro!

Enquanto acaricio o seu rosto lembro do rumo que minha vida tomou depois daquele primeiro dia...tudo era motivo pra mim...
As palavras dela ficaram ecoando em minha cabeça por muito tempo...Só vou saber se gostou quando pedir mais...
Se gostei? Bom...eu estava em seus braços agora...pela....quinta, sexta vez...talvez...pra que contar?
O que realmente importa é que foi sempre bom...até mesmo quando o beijo era só pra se livrar de um chato que não se contentava com um não...
Não sei porque mas passei a rezar pra que sempre aparecesse um chato desses...

Uma batida na porta interrompeu meus pensamentos.
-Boa noite, maninhaaa! - Júlia...sempre...
-Oi, Júlia.
-Na cama aind...ah, ta. Ja entendi
. - ela não andava aceitando o rumo que as coisas estavam tomando...
Levantei da cama tomando todo cuidado pra não acordar Antônia e segui a Ju até a cozinha.
-Não faz assim, vai Ju...já te falei que não pedi pra isso acontecer...mas aconteceu...eu to precisando de carinho, e é só com a Tony que tenho conseguid...
-Claro...só ela te dá carinho...e outras coisinhas também...
-Pensei que você fosse parar com essa palhaçada depois daquele dia com a Jessic...
-Pára! Cala a boca! Aquilo não aconteceu!
Cara emburrada, virou-me as costas...ela sempre ficava assim quando tocávamos no assunto...quando estava mais calma e de bom humor, dizia que a culpa foi da vodka..que nunca teria feito aquilo se não tivesse bebido demais! Sempre a vodka...Nunca imaginei que os dois únicos dedos de vodka que ela tomou tivessem todo esse poder mas...quem sou eu pra contrariar a minha irmãzinha?

-Pam?
Coração disparado...ela acordou! Não entendo como depois desse tempo ainda fico assim quando ouço a sua voz...
Voltei à sala que fazemos de quarto.
-Nossa...tava morgada hein...
-Claro, você sempre pega pesado comigo! Não tem como não morg...
-Oi, Antônia. Tchau, Pâmela.
Tudo o que vi foi a mão de Júlia puxando a porta com força...mas tenho certeza de que estava com aquela cara emburrada de sempre...
O baque da porta. Tony sorriu. Estávamos rindo. Ela não me permitia ficar séria, ou triste...
Me puxou pelo braço pra cama. Nossa...ela é insaciável...

-Pensei ter ouvido você dizer que eu tinha te cansado!
Beijos.
-Aham...mas eu já descansei, lembra?
Risadas. Mais beijos.

De repente lembrei...Só vou saber que gostou quando pedir mais.
-Pára, pára, pára!
Ela não entendeu nada. Vi pela cara que fez. Mas eu devia isso a ela. Estava rindo por dentro.
-Desculpa, Tony...não dá não...
-Hein? Tá mas...o que foi que eu perdi?
-É que eu preciso falar uma coisa...
-Ai ai...vai, fala, Pâmela...
Não aguentei...já falei com um sorriso no rosto:
-Eu quero mais...
Risos?Não...gargalhadas!
E quando me dei conta...aquele beijo que eu já conhecia, aquela pele, mão, língua conhecida, movimentos conhecidos, respiração ofegante conhecida...e a parte que eu mais gosto...a pedra de gelo percorrendo minha coluna, me fazendo entrar em êxtase!

...

Algumas horas depois...após contrações, beijos, risadas, mais beijos e muitos espasmos...estávamos deitadas nos olhando quando ela pulou em cima de mim e, já estava quase pedindo pra ela me deixar descansar quando ela abaixou até meu ouvido e disse, daquele jeito que eu nunca esqueci:
-Sempre soube que tinha gostado!

E, antes que eu tivesse chance de chama-la de convencida, me beijou...e...já sabem o que veio depois...