quinta-feira, 30 de junho de 2011

Un Deux Trois

Depois de um tempo você aprende que botar a culpa na bebida não funciona mais. Mas, se querem saber, naquele dia eu tava realmente MUITO chapada...


Mais um sábado de balada e as meninas tinham insistido muito pra que eu fosse. Ah Pam, sem você não é a mesma coisa. E o pior é que eu acreditei.

Com meu vestido curto vermelho eu me acabei na pista de tanto dançar, o que fazia as seguidas doses de vodka balançarem e se sacudirem dentro de mim, mas de um jeito gostoso que me fazia não querer parar...

E eu estava ali me divertindo... e dançando ...

Oi.

Dançando...

Posso dançar com você?

Beijando...

Vamos pro terraço?

Beijando ainda mais...

Não...acho melhor não...

Beijando...

Você quem sabe...

E fiquei com a boca no ar... Fiquei tão perdida tentando entender o que que tinha acontecido que quase não a vi conversando com as meninas. Conversando e rindo. Com as minhas amigas.

E enquanto eu me aproximava, ela saiu, me dando uma olhadela discreta, quase imperceptível. E se eu não estivesse tão bêbada poderia jurar que veio acompanhada de um sorriso, igualmente discreto. E lindo.

Que cara é essa, Pam.

É..tá parada por que? Dança!

Uhum...

E voltei a dançar...dançar e beber...

Pam, olha que gracinha...

Mais uma dose de vodka...

Realmente.

E outra...

Quer sair com você.

E outra...

Achei que ele fosse gay

Não, é bi. E quer sair com vc.

Eu podia estar chapada o quanto fosse, mas conhecia a Kaylar. E quando ela fazia aquela cara...

Hmm..não, não. Pega você, vai.

Tá. E saiu.

Ela disse “Tá” e saiu! Não se pode mais nem brincar...enfim...

Estava novamente em plena forma...euzinha dançando...a vodka sacudindo dentro da cabeça... quando levei uma bundada de uma das meninas.

Sobe!

E todos dançavam...Será que eu tinha entendido certo?

Ahn?Achei que você tinha ido atr...

Sobe! To mandando!

Mas...

Outra bundada.

Eu tava tão chapada que nem pensei duas vezes. Se é pra subir, vambora...

Há algum tempo eu tinha prometido pra mim mesma que não iria mais atrás das conversas da Kaylar, mas sabem como é...a vodka...porra nenhuma! Eu tava era pagando pra ver...de novo. Porque ela até podia me meter em roubadas mas, normalmente, eram roubadas DELICIOSAS.

Quando cheguei lá em cima, lá estavam eles me esperando.

ELES: aquela que me deixou com a boca no ar depois que eu recusei seu convite de ir pro terraço e o bonitinho que eu achei que gostava só da outra coisa...

Me aproximei rindo...e enquanto ele dava um pequeno passo pra frente e abria a boca pra falar seja lá o que for, ela me beijou. Se não foi isso, foi mais ou menos isso.

Enquanto sentia seus lábios deliciosos nos meus, me arrepiei com uma mão que apertava minha cintura.

Havia uma em minha nuca, outra em minhas costas e agora uma em minha cintura...e enquanto ela beijava meu pescoço, antes que eu sequer abrisse os olhos, já havia outros lábios nos meus. Esses mais carnudos, também gostosos de beijar.

E a mão que antes estava em minha nuca agora descia pelos meus seios, enquanto a das minhas costas descia pelas minhas pernas...e a da cintura...Ah, sei lá! Já não sabia mais qual era de quem e onde estivera antes de estar agora. Mas tava tudo uma delícia.

Eram seis mãos, três bocas, seis olhos e três corpos ... o suor que começava a brotar pela minha pele me trazia pouco a pouco de volta a sobriedade...e nem assim eu queria parar ou me arrependia do que estava fazendo...

Ali mesmo, em pé, encostada no muro, me deliciava com aquela sensação de ser desejada não por uma, mas por dois...

Lábios.

Línguas.

Mãos.

Enquanto o beijava sentia a mão dela se encaminhar para o meio de minhas pernas.

Nesse momento parei o que eu tava fazendo pra sentir...só pra sentir...

Já tinha algum tempo, mas continuava tão bom quanto antes...

Até esqueci que ele estava ali...me olhando...tentei pensar O que será que ele está pensando? Mas ela não deixava...não me deixava pensar em mais nada...Só sentir...

...

Depois de algum tempo – só não faço ideia de quanto – ...éramos três...recompostos e ofegantes. Sem graça? ... Não.

E como se tivéssemos cronometrado ouvi um assobio familiar. Era a Kaylar.

Comecei a rir. Eles não entenderam nada. Nem quando eu falei, um pouco mais alto Pode vir, Kay.

Então ela apareceu.

Oi, crianças. Tudo bem por aqui? Desculpe interromper mas é que...

Tudo bem, a gente já tinha acabado. Ela disse com aquele sorriso discreto no rosto.

Foi a primeira vez que vi a Kay sem graça...um pouquinho que fosse.

Ah...sim...ér...então...será que dá pra gente descer?É que aquele amiguinho de vocês já tá me enchendo o saco querendo saber onde vocês se meteram e...enfim...não quero problemas pro meu lado, pode ser?

Então, às risadas, descemos os quatro.

Uma já se jogando na pista – a Kay, claro. E os outros três notavelmente mais leves, felizes...e satisfeitos. Bom...eles eu não sei, mas eu estava. Tanto que nem liguei depois pro pequeno buraco que o muro fez no meu vestido.

3 comentários:

  1. Essa história é velha conhecida, Pam. :P

    Não vale..rs

    Mas muito bem escrita, parabéns! :]

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Muito bom o conto!
    Fez-me lembrar de certas experiências sensoriais antigas. Menos luxuriosas, infelizmente, mas muito legais. rs
    BEIJOS!

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